(A)partir daqui
Eu precisava me despir.
Ficar desnuda.
Entrar em contato com o meu silêncio.
Com o vazio.
E assim perceber que eco ouviria. Eu precisei perceber cada suspiro.
Compreender o ritmo certo.
E acertar os batimentos. Para poder seguir.
Eu quis o contato com as minhas verdades.
Com as crenças e valores que me conduziram.
Para quem sabe poder desconstruir e extirpar algumas.
Jogar fora o excesso. O tóxico. O a mais.
Não precisei rasgar a pele, nem ter alma sangrando.
Não foi necessário raspar digitais.
Apenas reconheci no tempo e no espaço as possibilidades e escolhas assumidas.
Aceitei carinhosamente cada uma delas.
Sem culpa.
Sem dores.
Sem rancores.
Agradeci aos passos dados.
Reverendei ao passado.
Dei as costas e parti.
E que venha o devir...
Sem algemas,
sem gessos,
Sem aprisionamentos.
Livre para assumir, sem medos, que nem sou "o gigante dos meus sonhos, nem o anão de meus pesadelos".